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Obra em encostas requer análise do tipo de construção

Obra em encostas requer análise do tipo de construção

Obra em encostas requer análise do tipo de construção

Fonte: https://www.aecweb.com.br | Por: Sidnei Helder Cardoso Teixeira

 

É preciso levar em consideração as inclinações dos taludes, o tipo e espessura do solo e as condições de fluxo subterrâneo

O maior problema relacionado à construção em encostas está associado aos riscos de deslizamentos. “No entanto, outros mecanismos de movimento de massa também podem ocorrer, como a queda, tombamento ou rolamento de blocos de rocha. Edificações e outras obras em encostas ainda podem ser afetadas pelas deformações provocadas pelo rastejo do solo, que danifica as construções e as conduzem a condições de inutilização, porém sem levá-las ao colapso”, alerta o engenheiro Sidnei Helder Cardoso Teixeira, professor da Universidade Federal do Paraná.

A fim de evitar acidentes neste tipo de obra, são necessários estudos prévios relacionados ao risco de ocorrência de movimentos de massa. “É preciso levar em consideração as inclinações dos taludes, o tipo e espessura do solo, as condições de fluxo subterrâneo, entre outras ações. Normalmente, estes estudos são elaborados pelo poder público, mais precisamente pelas prefeituras municipais que são responsáveis por zonear a cidade, indicando os locais onde não se deve erguer edificações, em função dos riscos de escorregamento de encostas. Já nas regiões não cobertas pelo zoneamento municipal, as avaliações de risco precisam ser providenciadas antes de iniciadas as obras”, explica o docente.

Outra ação prévia é a preparação do terreno, que pode ser feita por meio da utilização de alguns dispositivos destinados a rebaixar o nível do lençol freático, como os drenos sub-horizontais profundos (DPHs), e dispositivos destinados a estabilizar o talude, como tirantes e grampos, por exemplo. “Estes elementos ajudam a melhorar as condições de segurança da encosta. Entretanto, em alguns casos, a estabilização do terreno pode se mostrar inviável financeiramente”, afirma o engenheiro, lembrando que a adequação do solo não deve ficar restrita somente ao local da obra.

Estes elementos ajudam a melhorar as condições de segurança da encosta. Entretanto, em alguns casos, a estabilização do terreno pode se mostrar inviável financeiramente

O relevo inclinado dificulta o acesso e o próprio processo de construção. “Em encostas, os vetores da força peso não são perpendiculares à superfície do terreno, de modo que sempre existe uma componente tangencial que solicita o solo ao cisalhamento. Assim sendo, os projetos devem considerar mecanismos potenciais de deslizamento com forças tangenciais à superfície do terreno, com sentido ao pé da encosta. Com isso, as obras em regiões inclinadas devem ter estruturas mais robustas em relação àquelas realizadas em terrenos horizontalizados”, diz Teixeira.

O engenheiro também recomenda que as obras sejam realizadas durante a estação seca do ano, pois normalmente envolvem atividades de terraplanagem e escavações, que são dificultadas pela ocorrência de chuvas. “Além disso, os riscos de acidente aumentam bastante durante o período chuvoso, já que o umedecimento do solo reduz a sua resistência ao cisalhamento, podendo levar a encosta à ruptura”, adverte.

obra de contenção encosta

TIPOS DE OBRAS

O professor ressalta que deve ser evitada, sempre que possível, a ocupação de áreas sujeitas aos movimentos de massa. Por isso, existem as cartas de riscos elaboradas por diversos agentes públicos para orientar a ocupação do solo. “O foco principal são as pessoas e, portanto, não são aconselháveis edifícios nestas regiões. No entanto, outros tipos de construções são realizadas em áreas de encostas em função da demanda da sociedade, tais como rodovias, adutoras e dutos com diversas finalidades”, explica.

A menos que existam condições geotécnicas adequadas que devem ser certificadas por um profissional especializado no assunto, a construção de edificações na própria encosta não é indicada. “Quando os mecanismos potenciais de movimento de massa são restritos a uma pequena área, é possível estabilizar a encosta com técnicas específicas, por exemplo, com uso de cortinas atirantadas, solo grampeado e outras estruturas de contenção. Normalmente, as encostas estão sujeitas também ao fenômeno de rastejo, que são deformações lentas do solo, fenômeno relacionado às variações de umidade sazonais do solo ao longo do ano. Estas características podem inviabilizar a construção de edificações na área”, explica o professor.

A construção de rodovias é também uma ação complexa, em que muitas vezes são necessárias grandes escavações no terreno, com a formação de taludes altos. Em outras ocasiões, é necessária a construção de túneis, pontes e viadutos para possibilitar que as características geométricas da rodovia sejam adequadas às condições requeridas de tráfego. “Em função da necessidade de limitação das inclinações longitudinais e dos raios das curvas da rodovia, obras de grande vulto são frequentes em áreas de encostas. As análises necessárias envolvem a estabilidade dos maciços de solo e rochosos no caso dos taludes e túneis, e da capacidade de carga da fundação, no caso de pontes e viadutos”, detalha Teixeira.

Os riscos de acidente aumentam bastante durante o período chuvoso, já que o umedecimento do solo reduz a sua resistência ao cisalhamento, podendo levar a encosta à ruptura

Outro tipo de intervenção comum nas encostas, as obras de contenção devem considerar o tipo de material que compõe o terreno, bem como a geometria da superfície e a profundidade do nível d’água. “Em terrenos onde predominam maciços rochosos, com presença de materiais potencialmente deslizantes, existem alternativas para fixar os blocos com uso de chumbadores, podendo estar associados a alguma estrutura de concreto, como cortinas, grelhas e contrafortes. Por outro lado, em locais onde predominam os solos, os grampos e tirantes também são alternativa para contenção, normalmente associados a cortinas de concreto ou concreto projetado”, afirma o docente.

Em algumas situações, em que exista espaço para construção, é possível utilizar estruturas do tipo gravidade ou flexível para as obras de contenção, como muros de contenção de concreto, gabiões, crib-walls, solo reforçado com fitas metálicas ou mantas poliméricas. “De forma geral, a escolha da melhor alternativa depende das características individualizadas de cada caso e deve ser conduzida por um engenheiro geotécnico com experiência. É importante, também, promover a drenagem do terreno, tanto superficial, quanto subsuperficial, de modo a evitar que a água venha a ser um agente deflagrador de movimentos de massa. Normalmente, as obras de contenção devem ser dotadas de elementos de drenagem na face impermeabilizada da estrutura. Em alguns casos, o uso dos DPHs é importante para garantir a estabilidade global das estruturas”, ressalta o engenheiro.

NORMALIZAÇÃO

No Brasil, a ABNT elaborou a NBR 11682 – Estabilidade de Encostas, que aborda o tema em profundidade. Associadas a ela, existem outras normas específicas para projetos de estruturas de estabilização, como a NBR-9288 – Emprego de terrenos reforçados, NBR-9286 – Terra armada, NBR-5629- Execução de tirantes ancorados no terreno, NBR-9061 – Segurança de escavação a céu aberto, entre outras. “Acredito que os documentos normativos brasileiros cobrem de forma adequada as peculiaridades encontradas em nosso país”, finaliza Teixeira.

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